O Clube

O Clube

O Fluminense Football Club foi fundado por Oscar Cox e mais vinte membros, oito anos após Charles Miller introduzir o futebol no Brasil. Em 21 de julho de 1902, em reunião na Rua Marquês de Abrantes, 51 - residência de Horácio da Costa Santos, nascia o primeiro clube de futebol do Rio de Janeiro.

O nome Fluminense surgiu sem maiores debates, tendo sido a idéia inicial Rio Football Club. Mas João Ferreira já havia utilizado o nome na sede do Natação e Regatas. A palavra "fluminense" na época identificava os nascidos no Estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal, apesar de por lei haver distinção. Outra versão deriva do latim "flumem", que significa fluvial ou rio.

O primeiro jogo do Fluminense foi em 19 de outubro de 1902 contra o Rio Football Club, no campo do Payssandu. O resultado foi uma goleada do Fluminense por 8 a 0. Em 06 de setembro de 1903 estréia o Fluminense em jogos interestaduais no campo do Velódromo, em São Paulo. De três jogos, o Fluminense empatou um e venceu dois jogos.

O Fluminense surgiu como clube específico para futebol e promovia o esporte junto ao público. Foi através de iniciativas pioneiras do Fluminense, como a promoção de partidas beneficentes, que o público, sempre crescente, manifestava seu entusiasmo pelo futebol. Isto contribuiu para o surgimento de novos clubes na cidade como o América, o Bangu e o Botafogo, todos fundados em 1904.

Quando Oscar Cox fundou o Fluminense, não poderia imaginar que um clube marcado pela nobreza logo tomaria o gosto popular. Desde os seus primórdios, o Tricolor teve entre seus sócios e freqüentadores representantes das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro. Hoje, o clube está entre as 10 maiores torcidas do país. A sua bela sede das Laranjeiras, de aspecto europeu, contrasta com a paixão unicamente brasileira de seus torcedores.

Oscar Cox chegou da Suíça, em 1897, com a idéia de formar um time de futebol (o que só aconteceria quatro anos mais tarde), e ao mesmo tempo trouxe pela primeira vez para o Rio o esporte que seria o mais popular do Brasil dentro de pouco tempo. Desde a sua fundação, o Fluminense foi pioneiro das evoluções do futebol no Rio.

Em 15 de julho de 1904, após leitura de carta de Oscar Cox e Mário Rocha enviada da Inglaterra na Assembléia Geral Extraordinária, o Fluminense trocou a camisa anterior, de cor cinza e branco, pela tricolor. Devido à impossibilidade de conseguir tecido na cor cinza, porque não existia no mercado, eles sugeriram as cores grená, branco e verde. A indicação foi posta em votação e aceita de imediato. 

O Fluminense começou a se desprender totalmente da elitização a partir da primeira metade da década de 20, quando o futebol brasileiro finalmente penetrou nas camadas mais baixas da sociedade. O clube das Laranjeiras, nessa época, foi um dos pioneiros na luta pela profissionalização dos jogadores, deixando de restringir a prática do futebol aos associados dos clubes.

Mas foram as grandes conquistas nos gramados que alçaram o Fluminense a um dos clubes mais populares do Brasil. Ainda quando o futebol engatinhava, o Tricolor consolidava sua condição de elite, não social, mas esportiva, com o tetracampeonato estadual 1906-1909.

Nos anos que se seguiram, o Fluminense jamais deixou de ser um ícone do esporte brasileiro, não só no país, mas também no mundo. O Tricolor fascinou pela sua disciplina e recebeu do Comitê Olímpico Internacional, em 1949, a Taça Olímpica, pelos serviços prestados ao esporte.

Três anos mais tarde, em 1952, quando o Maracanã ainda chorava a perda da Copa do Mundo para o Uruguai, em 1950, o Fluminense fez o maior estádio do mundo voltar a sorrir conquistando ali a Copa Rio, primeira versão do Mundial Interclubes. Com Castilho, Píndaro, Bigode, Telê e Zezé Moreira no comando, o Tricolor fez crescer a auto-estima do povo carioca batendo Sporting, Grasshoppers, Peñarol, Austria Vienna e o Corinthians, na final, levando a taça.

Já consolidado como um dos maiores clubes do Brasil, o Fluminense continuava a encher de orgulho torcedores de todas as classes sociais com seus títulos e times memoráveis. No Rio de Janeiro, a hegemonia permaneceu desde a Máquina Tricolor de Rivelino, que conquistou o bi de 1975-76 até o time comandado por Abel Braga, que levantou o 30º Campeonato Estadual, em 2005.